A Pesquisa como Instrumento do Processo de Aprendizagem

Para MORAN (2000) educar é colaborar para que professores e alunos - nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornar-se cidadãos realizados e produtivos.

O mesmo autor enfoque que na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social.

Podemos transformar uma parte das aulas em processos contínuos de informação, comunicação e de pesquisa, onde vamos construindo o conhecimento equilibrando o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-participantes ativos. Aulas-informação, onde o professor mostra alguns cenários, algumas sínteses, o estado da arte, as coordenadas de uma questão ou tema. Aulas-pesquisa, onde professores e alunos procuram novas informações, cercar um problema, desenvolver uma experiência, avançar em um campo que não conhecemos. O professor motiva, incentiva, dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. 

O papel do professor agora é o de gerenciador do processo de aprendizagem, é o coordenador de todo o andamento, do ritmo adequado, o gestor das diferenças e das convergências.

Trabalhando com projetos de aprendizagem, estaremos fazendo necessariamente uso da pesquisa em sala de aula e isto significa mover-se na insegurança; pois com a pesquisa estaremos nos arriscando a ensinar o que talvez não sabemos. A respeito disso Moraes (2002, p.141) enfatiza que:

A pesquisa em sala de aula constitui-se numa viagem sem mapa; é um navegar por mares nunca antes navegados; neste contexto o professor precisa saber assumir novos papéis; de algum modo é apenas um dos participantes da viagem que não tem inteiramente definidos nem o percurso nem o ponto de chegada; o caminho e o mapa precisam ser construídos durante a caminhada.

Hernandez (1998) afirma que, aquilo que se aprende deve ter relação com a vida dos alunos e professores, ou seja, deve ser interessante para eles. O que não quer dizer, como a tradição da escola ativa preconizou, “partir somente dos interesses dosalunos” e muito menos do que “gostariam de estudar ou saber”. O aluno deve perceber a relevância do estudo, associado à valorização do seu eu e das necessidades especiais. O trabalho com projetos de aprendizagem e pesquisa proporciona exatamente isso, aprender coisas que tem relação com a vida dos alunos e professores, exigindo do professor uma postura diferenciada, a de orientador e mediador da aprendizagem. Entendemos que o professor deve e pode interferir na escolha dos temas trabalhados, mas de vez em quando pode deixar o aluno escolher, sempre sob sua orientação.

Sendo assim, a escola precisa aproveitar essa naturalidade do ser humano para organizar projetos incentivando, dessa forma, os alunos pela busca constante de conhecimentos.

Envolver os alunos em projetos de aprendizagem e pesquisa significa, permitir-lhes um melhor conhecimento de si mesmos e do mundo, estabelecendo relações significativas entre os conhecimentos que já têm e os que são investigados, despertando ainda a curiosidade por outros. A aula transforma-se numa pesquisa, numa indagação crítica sobre os problemas reais, uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada nos quatro pilares, que são segundo Delors (2000), ao mesmo tempo, pilares do conhecimento e da formação continuada: 

Aprender a conhecer - significa ser capaz de aprender a aprender ao longo de toda a vida.Aprender a fazer - que pressupõe desenvolver competências para saber se relacionar em grupo, saber enfrentar situações e adquirir uma qualificação profissional;

·   Aprender a viver juntos - que consiste em desenvolver a compreensão do outro e a percepção das interdependências, na realização de projetos comuns, preparando-se para gerir conflitos, fortalecendo sua identidade e respeitando a dos outros, respeitando valores de pluralismo, de compreensão mútua e da paz;
·     
     Aprender a ser - para melhor desenvolver sua personalidade e poder agir com autonomia, expressando opiniões e assumindo as responsabilidades pessoais, enfim para o desenvolvimento da pessoa - espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade.

Na medida em que os estudantes são desafiados a encontrarem alternativas para solucionarem as dificuldades e para organizarem uma estratégia de pesquisa, vão se tornado autônomos. Segundo Moraes, Ramos e Galiazzi (2004, p. 17) “ajudar os estudantes na construção de seus projetos pessoais de vida e estimulá-los para que tenham suas iniciativas próprias poderia ser uma das funções da escola. Isso significa contribuir para a construção de sua autonomia”. É exatamente isso que o trabalho com projetos de aprendizagem proporciona, incentivando os alunos a terem iniciativas próprias, pois é isso que o mercado competitivo de hoje espera de seus profissionais.

Segundo Ramos (2002), desenvolver a autonomia dos alunos significa transformá-los de
objetos em sujeitos, e para que essa transformação ocorra é necessário desenvolver a capacidade argumentativa dos mesmos.

A competência argumentativa é a capacidade de encontrar caminhos para realizar o que projetamos. Para construir a competência argumentativa será necessário envolver os alunos em processos de fala, escrita e o envolvimento dos mesmos em pesquisas.

Assim, disponibilizo esse material para auxiliar os alunos da ETEC de São Sebastião, na elaboração de seus projetos de pesquisa, tanto para TCC quando para as disciplinas do curso. Acredito que o fomento da pesquisa ajuda na formação e consolida conhecimentos muitas vezes trabalhados em sala de forma trivial.

Na aula de Projetos em Educação Ambiental de hoje irei abordar esse tema.

Aguardo vocês lá.

Bons estudos.

Modelo de Projeto

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ESPÉCIES ARBÓREAS BRASILEIRAS - Guia Online

Exame Final - Gestão Ambiental FATEC